terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PROTESTOS: Maquiavel ao Pé da Letra

Por PAULO FRANCO


Esse protesto está deixando algumas lições, mas é preciso ter os sentidos apurados para absorvê-las. Está mais do que claro que há interesses nacionais e internacionais no processo. Há um claro interesse visceral em retirar o PT do governo. Até aí, inês é morta, vivemos uma democracia e a luta pelo poder não só e aceitavel como é saudável para o processo de crescimento da experiência democratica.


Mas a questão é a forma como essa luta está acontecendo. O quebra quebra, a visivel e explícita provocação à polícia, jogando a população contra o estado, criando um clima de guerra, de caos não é por acaso. Isso é know-how estrangeiro. O “Não vai ter Copa” não passa de pano de fundo, como também os hipotéticos pedidos de investimentos e Educação e Saúde, que são 2 temas que sensibilizam a população. Todo esse caldo, mais a violência propsital, incitando a polícia a entrar em conflito com esses agentes, é o cenário-objetivo.

A medida que o tempo vai passando, vai ficando cada vez mais nítido que o objetivo estratégico, subliminar, é a criação de um cenário de caos, descontrole social, ingovernabilidade, com a grande mídia fazendo seu papel dirigindo os materiais e manipulando a opinião púbica, derrubando o favoritismo do atual governo e assim uma possível retomada do poder pela elite burguesa, agradando aos interesses internacionais do grande capital.   O jornalista americano, correspondete do jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald já antecipou: "O Brasil é o próximo alvo dos EUA". Esse trabalho já vem sendo feito fortemente pela mídia que em 2013 recrudesceu o discurso e o nível de distorções das informações jornalisticas, culminando com a saia justa que a líder empresarial e presidente da Rede Magazine Luiza.   Luiza Helena Trajano, provocou no Manhattan Connection, da Globo News, por não compactuar comas as mentiras, distorções e manipulações veículadas pela grande imprensa.
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Dentre os participantes, há aqueles que são parte dos Black Blocs e parte dos Anonymous, que estão dentro do olho do furacão de toda essa estratégia, puxando o bloco do confronto, tendo consciência dos riscos que estão correndo. Mas há muita gente entre os participantes, que não são mascarados e há até muitos que estão mascarados e fazem parte desses dois grupos, mas são idealistas, acreditam no protestos como forma de luta social.  Essas pessoas acreditam ingenuamente que as manifestações serão pacíficas. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

As Commodities Ambientais e a Financeirização da Natureza.

Entrevista especial com Amyra El Khalili

Por Adriolli Costa para o IHU-Instituto Humanitas Unisinos


“A financeirização da natureza é a ação de tornar financeiro aquilo que é eminentemente econômico. Isso porque a melhora da qualidade de vida também é uma questão econômica”, propõe a economista.


De acordo com o Ministério da Agricultura, durante o ano de 2013 o agronegócio brasileiro atingiu a cifra recorde de 99,9 bilhões de dólares em exportações. Soja, milho, cana ou carne ganham os mercados externos na forma de commodities: padronizadas, certificadas e atendendo a determinados critérios e valores regulados internacionalmente.

Para a economista Amyra El Khalili, no entanto, as monoculturas extensivas não deveriam ser a única alternativa de produção brasileira. A movimentação econômica envolvendo as commodities tradicionais exclui do processo os pequenos e médios produtores, extrativistas, ribeirinhos e as populações tradicionais. Sem grandes incentivos governamentais, sem investimento para atingir os elevados padrões de qualidade nacionais e internacionais ou capacidade produtiva para atingir os mercados, estes permanecem sempre à margem do sistema.
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Foi com base no raciocínio da inclusão que a economista de origem palestina criou o conceito de commodity ambiental. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, ela aborda a polêmica dos créditos de carbono (uma “comoditização da poluição”), questiona o fornecimento de créditos por Redução de Emissões por Desmatamento (Redd) para o agronegócio e descreve o conceito inicial criado por ela. “Uma commodity tradicional é a matéria-prima extraída do ecossistema, que é manufaturada, padronizada por um critério internacional de exportação adotado entre transnacionais e governos”. Por outro lado, a commodity ambiental “também terá critérios de padronização, mas adotando valores socioambientais e um modelo econômico totalmente diferente”.