sexta-feira, 30 de maio de 2014

Nem advogados nem juízes lamentam a aposentadoria de Joaquim Barbosa

Por   MARCOS DE VASCONCELLOS


“Infelizmente o ministro Joaquim vai deixar como marca o destempero e a arrogância no trato com as pessoas, sejam seus colegas de Casa, sejam juízes, sejam jornalistas ou advogados.”

Antonio Carlos de Almeida Castro


Joaquim Barbosa
Os representantes da advocacia brasileira estavam reunidos quando o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, anunciou que se aposentará em junho. Na reunião dos presidentes das seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil, que acontece em Recife, a notícia foi mais do que bem recebida. Houve até quem propusesse, no microfone, que a festa programada para esta noite fosse em homenagem à aposentadoria do ministro. Rendeu risos e aplausos.

Entre juízes, a saída do ministro do STF e do Conselho Nacional de Justiça também é vista com bons olhos. “A magistratura não sentirá saudades de Joaquim Barbosa”, diz Nino Toldo, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Até mesmo no Plenário do Supremo, quando Barbosa contou a seus colegas que deixaria a corte em junho, as homenagens de costume foram trocadas por um discurso sem quaisquer adjetivos feito pelo ministro Marco Aurélio.  Ministro mais antigo presente na sessão, Marco Aurélio fez uma fala de improviso e com muitos recados. “A cadeira do Supremo Tribunal Federal tem envergadura maior”, declarou, “mas devemos reconhecer que a saída espontânea é direito de cada qual”.
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A tradição é que o discurso de despedida tenha tom elogioso, como na ocasião em que o ministro aposentado Cezar Peluso deixou a corte. Na última sessão de Peluso, o ministro Celso de Mello disse ser “lamentável que, não só o Poder Judiciário, mas esse país venha ficar privado de figuras eminentes como o ilustre juiz e ministro da Suprema Corte, Cezar Peluso”. O decano da corte também teceu elogios na despedida de Ayres Britto, "cujos julgamentos luminosos tiveram impacto decisivo na vida dos cidadãos desta República e das instituições democráticas do país", segundo Celso de Mello. Na vez de Joaquim Barbosa, não foi assim.

terça-feira, 27 de maio de 2014

A Direita Retrógrada e o Império Comunista Cubano

Por PAULO FRANCO







COPA DO MUNDO 2014: Direita Retrógrada brasileira destila ódio no que seria uma histórica festa nacional.


Antes que alguém cuspa fogo, vou logo adiantando que não estou falando do PSDB e muito menos do PT.

Há 3 fatores que tem um poder descomunal sobre o ser humano. São forças capazes de anestesiar e até cegar completamente as pessoas.  Contaminada com essas forças passam a agir irracionalmente, obedecendo somente aos seus impulsos, quase sempre inconscientemente.  São eles: a religiosidade, a ideologia, e a etnia (inclue-se aqui o racismo).    Há outros fatores que têm comportamento semelhante mas com muito menos força que são agremiações (esportivas, carnaval, etc), pátria, partidos políticos, entre outros.

Esses fatores citados estão presentes em todos os lugares, em todos os tempos e em todas as culturas lamentavelmente. Os 3 primeiros fatores são responsáveis por muitas tragédias, muitos genocídios, linchamentos, enforcamentos, apedrejamento ao longo da história da humanidade. Como sempre eles são potencializados por interesses econômicos e geo-políticos.
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Atualmente, estamos vivendo um momento histórico mundial sui generis, onde o fator ideológico está em efervescência, por interesses dos grandes players internacionais. É visível que, governos de países periféricos, mais frágeis,  que não correspondam aos interesses de grandes potências mundiais estão sob a mira desses, recebendo de forma direta ou indireta influências para que o poder doméstico mude de mãos. Como isso é feito? Através de assessoramento e financiamentos, cria-se um cenário de tumulto, revolta, crise, caos até que se configure o golpe político. Foi assim no Egito, na Siria, na Líbia, e outos países do oriente, posteriormente na Ucrânia e mais recentemente na Tailandia. Continuam na mira a Venezuela, a Bolívia, o Zimbabwe e, também, o Brasil.

O caso da presente postagem reflete perfeitamente esse contexto. Postado pelo Senador Ávaro Dias, oposicionista, faz uso do vídeo de uma forma grotesca.   Político esperto como é, e conhecedor de todo esse caldo que descrevi, ele se aproveita para insuflar um ódio ao governo a ao partido concorrente, utilizando-se de um argumento tão mesquinho quanto retrógrado, demodé e até infantil.  Sugere uma manipulação das imagens, promovida pelo governo brasileiro para passar uma mensagem subliminar ao inserir uma bandeira cubana em meio à centenas de outras bandeiras.

Em condições normais de temperatura e pressão, uma postagem desse nível seria totalmente ignorada ou quando muito, seria motivo de deboche, mas num cenário ideológicamente efervescente em que vivemos, o racional dando espaço ao emocional, as pessoas anestesiadas, “respondem” por impulso, sem dar conta da fantasia que se trata.

Ora gente, estamos falando de um clip criado por uma agência de publicidade, para um instituição de direito privado que é a FIFA, que integra todo o pacote promocional do evento, que aliás, o faz em todas as copas.  Portanto não foi o governo brasileiro quem o criou, como sugere o nobre senador Alvaro Dias, insinuando uma mensagem subliminar conspiratória.

Conforme descreve o site jornalístico DCM-Diário do Centro do Mudo, o referido clipe foi gravado em “Little Havana”, um bairro de Miami (USA), reduto de emigrantes cubanos, discidentes do regime castrista.  Pitbull é filho de pais cubanos e cresceu nesse bairro. Portanto nada a ver com o regime comunista cubano, demonstrando mais uma fantasia do tipo saci-perere, mula sem cabeça, do que articulações entre o governo brasileiro e o governo cubano com vistas a implantar na America Latina um "grande Imperio Comunista", como vem frequentemente insinuando representanes da extrema direita brasileira mais arcaica. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Rainer Voss: Eu confesso.

Por Gregório Belinchón para EL PAÍS



O Executivo Rainer Voss conta em um documentario, os segredos dos bancos de investimento, que provocaram a crise atual.


“Há duas décadas, uma ação ficava uns quatro anos nas mãos de seu dono. Hoje a média é de 22 segundos.”
"Em meu primeiro dia de trabalho, como trader, ganhei mais do que meu pai, engenheiro, poupou em toda a sua carreira."
"Não se engane: não existe o livre mercado."


Rainer Voss, retratado la semana pasada en la Cineteca de Madrid. / CARLOS ROSILLO


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Resumo Português: 


CONFISSÕES DE UM BANQUEIRO ARREPENDIDO

O executivo Rainer Voss (foto) conta, em um documentário, os segredos das empresas de investimentos que provocaram a crise atual.   O arranha-céu está vazio. Em uma sala transparente, um homem se aproxima de uma grande janela, da qual se vê outros edifícios que compõem o distrito financeiro de Frankfurt.

O homem vira: “Em uma sala como esta, um lugar sagrado, uma ‘trade room’, caberia uma centena de ‘brokers’”. Assim se inicia o documentário ‘Master of universe’, o ‘Eu confesso’ de Rainer Voss, executivo alemão de um banco. Um homem que diante de uma câmara conta – sem dizer nomes, nem concretizar dados, para não quebrar a cara – como veio a crise financeira de um ponto de vista único: o de um poderoso trabalhador de um banco de investimentos.

‘Master of universe’ foi apresentado em ‘Documenta Madrid’, há duas semanas, e Voss apresentou suas sessões. O alemão deixou o banco em 2008 (após quase 20 anos de trabalho), quando em seu último emprego – não diz o banco, mas um passeio pela Internet esclarece que foi o Deustche Bank – acabaram-lhe arruinando a vida.Voss, que agora tem 55 anos, não é um radical, acredita no capitalismo, nos mercados de valores, gosta de ganhar dinheiro. “O que me enfurece é no que o sistema se converteu. Perverteu-se”. Ele conta que em seu primeiro dia de trabalho, como trader, ganhou mais do que o seu pai engenheiro poupou em toda a sua carreira. Que em poucos dias fez a sua empresa ganhar muitos milhões de euros. “Meu trabalho? Vamos ver. Primeiro vem o Conselho de Administração, em seguida, um primeiro anel ou escalão, e depois um segundo: aí estava eu”. E começa a recordar sua vida e analisar a crise de forma iluminadora: “Criamos inovações financeiras. Conseguimos fazer com que a economia real se subordinasse à financeira. E, sobretudo, desregularizou-se o mercado. Não se engane: não existe o livre mercado. A crise é culpada pela desregularização? Não. É um pré-requisito? Claro”.

Voss ganhou muito dinheiro. Aprendeu inglês – hoje o fala fluentemente -, comprou uma casa de verão em Catalunha, deixou de ver a sua família, dormia no escritório. “Não existe o mundo exterior. Você sai de férias com companheiros, sai para festa com eles. De casa para o trabalho de carro”. E seguia acumulando lucros: “É fácil ganhar muito dinheiro com minúsculos movimentos de preços. Se você tem milhões de euros à sua disposição para investir, precisa apenas que o preço varie 0,0001% para obter grandes benefícios. Na pirâmide alimentícia mercantil, empresas como Siemens ou Volkswagen são mais rápidas do que um banco. E abaixo delas estão as companhias intermediárias, os Governos locais e os investidores privados. Há um velho ditado nas bolsas: os investidores privados sempre perdem. Às vezes ganham, mas é como jogar roleta”. E recorda: “Há duas décadas, uma ação ficava uns quatro anos nas mãos de seu dono. Hoje a média é de 22 segundos”.
publicado no site IHU
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Prepare-se para perder dinheiro
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Artigo Original en Espanhol

CONFESIONES DE UN BANQUERO ARREPENTIDO


El rascacielos está vacío. En una planta diáfana, un hombre se asoma al gran ventanal, desde el que se ven los otros edificios que componen el distrito financiero de Fráncfort. El hombre se da la vuelta: "En una sala como esta, un lugar sagrado, una trade room, cabrían un centenar debrokers". Así arranca el documental Master of universe, el Yo confiesode Rainer Voss, ejecutivo alemán de banca, un hombre que delante de una cámara cuenta -eso sí, sin decir nombres ni concretar datos para no pillarse los dedos- cómo se llegó a la crisis financiera desde un punto de vista único: el de un poderoso trabajador de un banco de inversiones.

"Los bancos tienen un plan B para todo. Bueno, para casi todo. Porque no hay plan B para esta crisis"

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Clima Político EUA X CUBA Sinaliza Esperanças

Por  DAVID ADAMS




Carta aberta a Obama pede novas medidas para promover mudanças em Cuba
























MIAMI (Reuters) - A Casa Branca deveria expandir as permissões de viagens para todos os norte-americanos a Cuba e aumentar o apoio à sociedade civil na ilha de governo comunista, de acordo com uma carta aberta ao presidente Barack Obama, assinada por um grupo sem precedentes de 44 ex-altos funcionários do governo dos Estados Unidos e defensores da reforma política, divulgada nesta segunda-feira.

A carta, que lista uma série de recomendações sobre políticas, foi assinada por John Negroponte, ex-diretor de Inteligência Nacional sob o presidente George W. Bush, o almirante aposentado James Stavridis, que deixou o cargo no ano passado como Comandante Supremo Aliado da Otan, bem como várias autoridades que trabalharam no Departamento de Estado e uma dezena de proeminentes norte-americanos-cubanos defensores de maior envolvimento com Cuba.
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A carta, que também pediu à Casa Branca que promova "conversas sérias" com o governo de Cuba sobre as questões humanitárias e de segurança, é o mais recente sinal de aumento da pressão sobre o governo Obama para suavizar a política da Guerra Fria dos Estados Unidos em relação à Cuba. Ela está sendo enviada após uma pesquisa de fevereiro ter apontado que a grande maioria dos norte-americanos são favoráveis a um maior ​​afrouxamento das políticas punitivas de sanções a Cuba, em vigor há mais de cinco décadas.

sábado, 3 de maio de 2014

Cidades mais violentas do mundo: EUA, o grande destaque

Por Paulo Franco


No cenário da violência mundial, a estrela são os EUA que a despeito de ser o grande símbolo de sucesso em riqueza e desenvolvimento consegue ter cidades que estão classificadas entre as mais violentas do mundo. A América Latina, ao lado dos EUA é uma triste constatação pois consegue ser a reagião mais violenta do mundo, situação que não deve ser alterada tão cedo.  Primeiro porque a distância é extremamente grande, em segundo porque não há nenhuma evidência de mudança na tendencia atual.




O estudo sobre Segurança, Justiça e Paz elaborado pelo Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal do México, levantou as cidades mais violentas do mundo, tomando como parâmetro a taxa de homicídios por 100 mil habitantes.

AS TRES CIDADES MAIS VIOLENTAS DO MUNDO


San Pedro Sula, em Honduras é, pela terceira vez consecutiva a cidade mais violenta do mundo com uma taxa de 187 homicídios por 100 mil habitantes. A situação de San Pedro só tem piorado nos últimos anos. Em 2010 ela ocupava a 3ª posição, com uma taxa de 125 mas em 2011 essa taxa aumentou para 159 e San Pedro Sula assumiu a liderança da violência mundial. A situação continuou se deteriorando em 2012 e 2013 com as taxas de homicídios atingindo 174 e 187 respectivamente.

Na segunda posição vem Caracas, na Venezuela, com 134 homicídios e em terceiro vem Acapulco no México, com 113 homicídios por 100 mil habitantes.
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A cidade mexicana de Juarez teve uma trajetória inversa de San Pedro Sula. Ela era a cidade mais violenta do mundo em 2008, 2009 e 2010. Em 2011 com San Pedro atingindo a marca de 159 homicídios por 100 mil habitantes, a cidade de Juarez passou para a segunda posição. Em 2012 continuou caindo no ranking para 19 e em 2013 para a 37ª posição.

BRASIL TEM O MAIOR NÚMERO DE CIDADES ENTRE AS 50 MAIS VIOLENTAS


O Brasil tem 16 cidades entre as 50 mais violentas do mundo. Dentre as 10 mais violentas, o Brasil tem 3 cidades: Maceio, com 80 homicídios por 100 mil habitantes, Fortaleza com 73 e João Pessoa com 67 homicídios. Todas as 3 localizadas no nordeste, o que indica que há uma regionalização do problema. 

Todavia, é importante observar que o maior número de cidades entre as 50 mais violentas, não reflete que o Brasil seja, necessáriamente,  o mais violento dos países. Na verdade há que se considerar o tamanho do país e sua respectiva população e também o número de cidades com população superior a 300 mil, parâmetro definido pela instituição que executou o estudo.