sábado, 15 de outubro de 2016

Ensinar, uma atividade tão antiga, quanto nobre e perigosa

Por Paulo Franco







Falar de mestres e professores é fácil e prazeroso, principalmente nos dias atuais e num país como o Brasil.

A opção pela carreira de professor é um verdadeiro sacerdócio, que não prescinde de dedicação, obstinação e muito amor pela atividade.

O professor ou mestre tem uma função singular em nossas vidas.  Ele não só compartilha conhecimentos, ele é um verdadeiro agente transformador, na medida em que nos ensina a pensar, a refletir, a questionar.

E é exatamente nessa dimensão de estimular o pensar, o questionar, o refletir é que reside o aspecto mais nobre de sua ação como também a mais árdua e perigosa. 

Quando o mestre atua dessa forma, ele é um verdadeiro multiplicador de transformadores, pois quando ele planta essa semente transformadora em cada criança, em cada adolescente e em cada jovem,  está transformando a sociedade e criando muitos outros agentes de mudança. 

Não há desenvolvimento social, cultural, científico e tecnológico sem um corpo de professores de alta qualidade, reconhecida e valorizada pela sociedade e pelas autoridades governamentais. 

E é também essa natureza transformadora e revolucionaria, responsável pelas mudanças e pelo desenvolvimento, que incomoda e assusta os poderes vigentes em qualquer lugar e em qualquer tempo. 

A história nos mostra que, sendo a atuação do mestre (educação) um fator de mudança, de transformação, ela representa um perigo, portanto não deve ser estimulada, mas sim reprimida.

Temos centenas, ou quem sabe milhares, de mestres que foram condenados a morte exercendo sua missão de compartilhar conhecimento, incentivar a duvida, o questionamento, a reflexão e a busca da verdade.   Eu selecionei 5 exemplos emblemáticos ao longo da história: 

  • Sócrates, um dos mais antigos mestres e cujas reflexões continuam vivas até hoje,  foi condenado a morte por envenenamento, tomando sicuta, 
  • Jesus Cristo, o mestre dos mestres para os cristãos,  foi torturado e condenado a morte por crucificação.  
  • Hypatia de Alexandria, foi uma mestra da matemática e astronomia no século IV DC  sendo  morta, por esfolamento,  em meio ao violento conflito existente na época  entre pagãos e cristãos, governo e igreja.  
  • Giordano Bruno, frade dominicano do século XVI, mestre de teologia e filosofia, foi condenado à morte na fogueira, pela própria igreja católica, por questionar alguns de seus dogmas. 
  • Martin Luther King, pastor americano, um grande mestre, não só do cristianismo, mas também de humanismo, pregando a igualdade entre as pessoas. Foi assassinado em 1968 por um racista. 
 A grande maioria dos professores, principalmente em países subdesenvolvidos como o Brasil,  são marginalizados, oprimidos e reprimidos, pelo poder público e muitas vezes, pelos próprios alunos. 







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